Sob o pôr-do-sol


Não espere por mim para realizar as coisas mais bobas que vem a sua cabeça, pois sou a má influencia pela qual seus pais temem, e do qual você jamais conseguirá se erguer. Não quero mais ser a arma pela qual você se esconde e tenta auto-afirmações, já passamos deste tempo e é hora de assumir responsabilidades próprias.

Olhe pelos lados... Você já pode caminhar com suas pernas, e não mais lhe apoiarei. Acho que nosso carma original chegou ao equilíbrio, e o que tinha a lhe ensinar já foi aprendido. Vejo que fui boa professora, mas não conseguir fazer seu nível de rebeldia baixar, o que por outro lado me faz acreditar que jamais baixará a cabeça para qualquer um.

Talvez o mundo não seja medonho e as pessoas não guardem tanta maldade. Talvez elas até sejam, mas e daí? Desde quando isso foi motivo para você não seguir em frente?  Em que ponto você parou de me surpreender e surpreender a si mesmo? Posso estar “caindo fora”, mas espero ter feito sentido “ai dentro”.

Cada fase é um estágio, tipo aqueles em que “a gente” paga para ser admitido em algum lugar. Cada pessoa surge em um momento específico, algumas permanecem por anos, outras vão embora logo à primeira estação, e há aquelas que devem ser lembradas para sempre, não como algo que possa um dia ser retomado, mas que possa ser lembrado e que tenha feito a diferença.  Existirão aquelas que tentaram chamar sua atenção de todas as maneiras possíveis, mas não confie nelas o suficiente para “contar toda” a sua vida.

Seja um pouco egoísta, seja um pouco “mão aberta”, seja cego, seja amante, seja aquilo que você é, e trabalhe para conseguir as coisas que deseja, mas jamais espere pelo incentivo de outros para ser feliz e acreditar em si mesmo. E desconfie quando “sorrisos magníficos” acompanhados de brilho falso no olhar lhe abraçarem “pela frente”, pois “pelas costas” a adaga pode esta afiada, ou talvez não. Você sempre foi “bobo” para confiar em quase tudo, e isto é natural seu.

Continuaremos a nos ver por aí? Acho que sim. Mas seremos paralelos... Como o sol e a lua, que quase nunca se encontram, mas quando se encontram formam um espetáculo pelo céu...

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Publicado originalmente no dia 14/03/2011, no blog Amor e outros dramas.

1 comentários:

Érica Ferro disse...

Essa Allyne é uma linda mesmo!

"E desconfie quando “sorrisos magníficos” acompanhados de brilho falso no olhar lhe abraçarem “pela frente”, pois “pelas costas” a adaga pode esta afiada, ou talvez não...".
Pura verdade, né?
É como a minha mãe diz: "a gente tem que confiar desconfiando...". Não sei como isso funciona na prática, mas na teoria até que é interessante.

Beijo!